Desconsiderações sobre o "Humor Negro"
Antes de problematizar, me deixe explicar, faz favor...
Não tenho absolutamente nada contra a expressão “humor sombrio”. Até uso, a depender da audiência. O mundo já tem desgraça suficiente e ninguém precisa de treta com identitário.
No entanto, se a leitora me der licença, gostaria de dizer algumas palavras em defesa do “Humor Negro”, termo que sofre da mesma síndrome do “criado mudo”, colocado indevidamente no index até alguém pegar o dicionário etimológico na estante.
Como ensinou o Millôr, Fernandes, “só um falso humorista escreve sobre temas engraçados. Para escrever, o humorista deve escolher o assunto mais sério, mais triste, mais chato ou mais trágico”.
Tudo o que presta em humor é, portanto, humor negro e nunca houve qualquer conotação pejorativa na expressão.
Mas quem inventou essa encrenca foi o escritor, artista, ativista, polemista e surrealista André Breton na sua “Anthologie de L’Humour Noir”, publicada em 1939. A culpa é dele e de mais ninguém.
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