A revista "MAD" destruiu minha vida!
Quinto capítulo da autobiografia não-autorizada "O melhor emprego do mundo"
Resumo do capítulo anterior: ainda criança pequena lá em Cássia, eu só queria desenhar, escrever, ler gibis do “Mortadelo e Salaminho”e livros de espionagem com capas do Benício. Então eu descobri a revista “MAD”.
Em São Sebastião do Paraíso tinha duas bancas de revistas. Uma ficava na praça da matriz. A outra ficava na rodoviária. Todo mês, meu avô, que morava em Paraíso, comprava o “MAD” novo, pegava o ônibus e ia até Cássia. Uma hora de viagem numa estrada esburacada e poeirenta. Ele chegava, me entregava a revista, bebia um café e pegava de volta a estrada esburacada e poeirenta.
Minha mãe invariavelmente perguntava:
“Mas veio só pra trazer a revista?”
E meu avô sempre dava a mesma resposta:
“O menino gosta...”
O “MAD” dos anos 70, editado pelo Ota na Vecchi, era diferente de tudo o que eu já tinha visto. Tinha os quadrinhos nonsense do Don Martin, os mini cartuns do Aragonés, as invenções malucas do Al Jaffee, o comportamento “classe média” do Dave Berg e as sátiras de filmes e séries, boa parte delas escritas pelo Frank Jacobs e desenhadas por Mort Drucker. Essas paródias eram minha janela para as produções que estreavam nas capitais, mas que só chegariam a Cássia uns dois anos mais tarde.
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